Analistas questionam a auditoria da implementação da TSU a ser levada a cabo pelo governo moçambicano

Governo moçambicano pretende auditar a implementação da Tabela Salarial Única (TSU), num esforço tendente a melhorar a sua imagem, já bem afectada por conta deste assunto, entretanto, analistas nacionais, não acreditam que essa auditoria possa produzir resultados credíveis, visto que será feita pelo próprio executivo.
O Inspector-Geral do ministério Economia e Finanças, Emanuel Mahumo, citado pelo “Jornal Noticias”, disse após uma audiência com deputados da Assembleia da República, “que o Governo iria auditar a implementação da Tabela Salarial Única para avaliar a sua eficácia e relevância”.
O Governo pretende também avaliar a qualidade e veracidade dos dados sobre funcionários e agentes do Estado que os técnicos ligados à implementação da TSU introduziram no sistema.
Gift Essinalo, pesquisador do Centro de Integridade Publica (CIP), coloca em causa a relevância da auditoria, dado que é feita tardiamente, e, mais grave ainda, por uma entidade ou instituição não independente.
Para Essinalo, “teríamos resultados mais credíveis [se a auditoria fosse independente]; o governo vai tentar minimizar a gravidade do problema para não manchar a sua imagem, que, na verdade, já está manchada por causa deste sistema”.
O analista político e economista João Mosca, diz não perceber como é que o governo quer auditar algo que o próprio executivo concebeu, realçando que pode haver auditoria interna, que pode ter efeitos disciplinares e de correção, mas sem qualquer efeito jurídica.